30 abril 2008

Estreia


Os sinais tornavam-se evidentes. O raio da moça insiste em estar de lado. Bem sei que não há grande comodidade em ficar de cabeça para baixo, mas já estaria na altura da cambalhotazita. Vai na volta gosta de lá estar e sabe que atravessada ninguém a manda embora. Junta-se a isso o raio da catraia ser bem grande e bem gorda baby-wise e temos a receita perfeita para a marcação de uma cesariana.

Vejamos o lado positivo disto: pelo menos sabemos o dia da estreia! 20 de Maio, oito da manhã!

Lá estarei se não nos pregar uma partida antes...

29 abril 2008

Pôr ordem na confusão

A julgar pelos comentários do post anterior, lancei mais confusão do que esclarecimento. Vamos ver se consigo por ordem na confusão... Basicamente, a industria dos videojogos vive no mundo da lua. O post anterior e este estão relacionados com as experiências que vivi nestes últimos dois anos, do que li em fóruns, dos dados que obtive, de conversas que tenho.

Os developers

Os developers são empresas cujo objectivo é desenvolver jogos. As companhias de grande dimensão contratam barbaramente jovens esperançosos do seu lugar ao sol. Produzem tudo, aumentando em muito os custos associados ao desenvolvimento. Em qualquer outra industria, as empresas de pequena dimensão deveriam servir-se da sua agilidade para ombrear com as grandes, mas não, copiam os erros, que não sendo graves (apenas caros) para uma grande empresa, são um tiro suicida para qualquer empresa pequena.

E o que fazem as empresas pequenas de errado? Primeiro contratam à bruta, fiando-se em exclusivo dos contratos que fazem com editoras. Qualquer gestor vos dirá que não é bom depender de um cliente... porque é que as pequenas empresas o fazem? Na esperança de garantir mais contratos e mais trabalho, contratam para não cairem em incumprimento e depois falta-lhes irremediavelmente a estrutura para o aumento de custos porque são dependentes no dia-a-dia.

As editoras

As editoras são vistas ou como um mal necessário ou como um inimigo mortal. Em qualquer outra industria, a figura da editora seria a de um parceiro de negócio, mas as próprias editoras têm um certo distanciamento em relação aos developers, o que é francamente estranho, considerando que o seu produto é criado por estes.

O problema reside no excesso de oferta, que coloca as editoras numa posição de superioridade. As editoras têm o marketing, detêm o mercado. Os developers, normalmente mais pobrezitos, não.

Os freelancers

Um dos melhores métodos para rivalizar com as questões anteriormente apresentadas é a contratação de freelancers. O problema é que há sempre a tendência de se julgar o livro pela capa: ou é porque é amigo, ou é porque é muito bom, ou é porque é muito barato. Não ouvi NUNCA ninguém dizer: quero contratar este porque é um profissional exemplar, o que se traduz na prática por dizer que é tecnicamente capaz, eficiente e tem um preço justo.

Consigo contar pelos dedos de uma mão os freelancers profissionais exemplares com quem trabalhei até hoje em gamedev e estranho... eram todos caros... muito caros. Se a qualidade se paga em todo o lado, porque é que no gamedev é melhor pagar pouco porque é amigo, bom ou barato quando no fim a qualidade do trabalho em todos os seus aspectos (produto final, prazos e custos) é francamente inferior?

A indústria

O ano do grande boom do mainstream dos videojogos, foi também o ano em que as editoras mais cresceram e que estúdios mais fecharam. Se isto não é indicativo de uma indústria imatura... não sei o que será.

Na minha opinião, o problema está em não se reconhecerem os problemas. Os atrasos inconsequentes, os budgets mal calculados, a incapacidade de inovar, a cegueira do lucro fácil em vez da margem sustentada. Ninguém que eu conheça está com vontade de mudar isto.

Existem developers que estão a abordar estas questões mantendo empresas pequenas com projectos sustentados, subcontratando ou passando o ónus da subcontratação aos seus parceiros preferenciais: as editoras. Nestes casos, todos os intervenientes fazem parte da solução.

A falta de core business ou de missão

As empresas que desenvolvem tecnologia não dão suporte. As empresas que desenvolvem jogos não estão focadas no mercado. As empresas que os editam não estão focadas nos seus parceiros.

Depois há as empresas que querem fazer tudo, mas dessas, leiam nas revistas o que estão a fazer: ou fecham ou dividem a empresa em várias áreas... interessante...

O futuro

Os futuros developers acham que vão ter, sem portfolio, a oportunidade de uma vida quando acabarem um curso qualquer. E têm razão. Nem é preciso sorte... têm a porta aberta para ir fazer uma textura de uma caixa de cartão ou o código para um botão num menu. Garanto-vos eu! E pelo que tenho lido nalguns fóruns, quando estiverem fartos de serem lixados pela indústria, vêm para o lado independente com manias de grandeza e de conhecimento adquirido.

Outros porém, com alguma experiência (mesmo que patética) na vida profissional, mandam bitaites sobre se pagar pouco em Portugal e levantam questões sobre os contornos contratuais sem nunca terem colocado as nalgas numa empresa portuguesa de gamedev... isto é do mais lírico que me consigo lembrar.

É este o futuro que temos? Já estamos todos com o rei na barriga é? Aqui fica o meu conselho... querem trabalhar em jogos, façam-nos ou aceitem as condições que vos propõem ou não chateiem a molécula.

Um ciclo infindável

O ciclo é típico de toda a industria de videojogos, basta ver que na maior parte das revistas da especialidade há caixas ou páginas ou secções dedicadas aos jogos que estão atrasados e artigos dedicados aos derrapes financeiros, etc.

A industria mainstream dos videojogos está a arrancar AGORA. Os AAA para gamers são um mercado de culto, não são para toda a gente. A grande diferença é que ao contrário de outros mercados marginais de culto, este é que tem altos custos de produção. Seria interessante observar se se está a aprender com os erros do passado, mas não. Quem está a começar já vem ceguinho com a mania da grandeza dos estabelecidos. É como se fazer as mesmas asneiras e sofrer as consequências das mesmas auferisse estatuto, mas não. Queremos todos fazer super jogos, super caros, super atrasados, super copiados para 10 milhões de utilizadores quando podíamos estar a fazer o nosso projecto para 1 bilião e só estou a contar com Europa, EUA e restantes Américas. Será que ainda ninguém viu isto? Se sim, porque é que se gasta dinheiro na mesma fórmula quando há um filão por explorar?

De quem é a culpa? De todos nós. Adorava ter 1000 euros por cada vez que ouvi a frase "Isso é normal acontecer" referente a um atraso ou "Eu até comprendo" referente a alguém que não cumpriu com o que se comprometeu. O motivo do meu desabafo é que eu não compreendo e eu não acho normal isso acontecer, mas no jogos, toda a gente acha isto natural.

É preciso mudar, mas não há muitos dispostos a mudar. Isto é uma espécie de hobby que até dá dinheiro. Encarar tudo isto com profissionalismo e objectividade dá o mesmo trabalho e o mesmo gozo mas dará também melhores frutos.

28 abril 2008

Confusão neste meio-ambiente

Há coisas que eu não entendo, que me fazem confusão. Não espero que toda a gente seja como eu, até porque seria um mundo feio, mas há comportamentos pressupostos que me afligem os neurónios de tal maneira que me descompenso.

Se calhar sou eu que estou velho e rezingão. Se calhar até sou eu que estou errado, pelo menos é assim que me sinto. Há dias em que olho à volta e tenho o passo trocado com uma data de gente, diria mesmo que toda a gente e não consigo convencer-me que estou errado.

É do meio-ambiente. Aqui é diferente. Aqui é suposto tudo se atrasar e isso faz-me muita confusão. Aqui é suposto ser feito em cima dos joelhos e isso faz-me ainda mais confusão. Aqui é suposto ninguém saber e ninguém ser responsável, é suposto "depois ver-se" sem se entender as complexas alterações de tempo e dinheiro gasto que isso implica.

Este meio-ambiente é claramente diferente... aqui diz-se sempre "claro que sim" e depois o tempo passa e não há concretização, pior... não há justificação.

Digam-me o que disserem, andem todos com o passo trocado comigo, não quero saber. Este meio-ambiente é demasiadamente novo para sequer entender a gravidade, as consequências das suas acções ou sequer o que é normalidade e ética de trabalho. Podem vir sobre mim as desculpas que quiserem, os infortunios pessoais e os consolados "eu entendo porque é que correu mal", porque isso não vai afectar positivamente o futuro de ninguém se não servir de lição.

De onde eu vim, quase tudo aqui é inaceitável. A falta de profissionalismo de pessoas contratadas, a falta de visão do sangue novo, a incapacidade de descernir a diferença entre qualidade técnica e qualidade pessoal por parte dos profissionais, a mania da grandeza de quem ainda não fez nada, ou seja, todos nós.

É verdade que por ser um meio-ambiente novo, é possível melhorar, mas se todos estão com o passo errado, por onde é que se começa? Quem é que está disposto a dizer "vou trocar o passo"? Pelas minhas contas... cinco... e alguns com demasiada resistência.

Quem leu este post tem uma oportunidade de ouro: entender que lá porque é giro e lá porque é entretenimento, não deixa de ser trabalho e é muito mais importante o fundamento do trabalho do que a industria onde se insere. É irrelevante se é gamedev ou metalomecânica.

Falta de ética, mistura de questões pessoais com profissionais, incumprimento de prazos, incumprimento de horários, desresponsabilização pessoal, credibilização de características técnicas em vez de éticas são um passo fácil demais de se dar e tão obviamente errado que acho incrível como é que é consecutivamente dado e firmemente desculpado.

Começo a achar que antes de vir para os gamedev, toda a gente deveria passar por uma industria madura primeiro, com chefias e projectos rígidos e profissionais. Acho que se fizéssemos isso durante dois anos, avançávamos dez anos de repente.

26 abril 2008

As pequenas coisas

"Levanta-te, 'mor, ainda perdes a manhã" - disse a Sónia. Eu, bem dormido para um dia mas com um défice semanal considerável, abri os olhos e vi que o Giga não tinha subido para cima da cama. Só demorou dois dias a entender que as regras tinham mudado. À voz alegre da dona aproximou-se da minha mão, agora pendurada fora da cama e cumprimentou-me com uma lambidela rápida.

Espreguicei-me um par de vezes e levantei-me. Estava sol e a manhã, embora já avançada, prometia. Fui-me arranjar e tomámos café enquanto passeávamos o cão.

Eram para aí 11 horas quando cheguei a uma daquelas estufas grandes que vendem flores, arbustos, árvores e "tudo para o seu jardim". Previamente combinado pela Sónia, tinha autorização para tirar fotos ao que me apetecesse e assim foi, auxiliado pela minha "gôda baguiguda" e por um simpático empregado da estufa, brasileiro e fotógrafo amador.

Foram largos minutos, dezenas de fotos, tentar imaginar o que se podia fazer com cada uma delas e saber apesar de tudo que a maioria não servirá para nada. Pedras, troncos e inevitavelmente... flores... muitas flores... era esse o pressuposto da sessão fotográfica.

Pelo caminho apanhei umas paisagens, apanhei umas flores e fui para casa, equipado de uma cartolina de das flores que apanhei, armar-me em fotógrafo. Mais meia-hora, mais sol, mais suor e no fim, chegar ao computador, descarregar as fotos para uma pasta e ver estas pequenas coisas, tão pequenas, frágeis e efémeras. Não as flores, mas estas manhãs diferentes, cansativas e tão... divertidas.

Estou convencido que tenho a melhor profissão do mundo, cheia destas pequenas coisas que nos fazem sentir tão vivos.

24 abril 2008

Mestre do Pito... sim, sim... do Pito...

Controverso? Informativo? Estranho? ou simplesmente Ordinário?

Algures nestas definições anda, andou ou vai andar o blog do Mestre do Pito, esse tesouro esquecido ou desconhecido da sexualidade humana. Começou aos trambolhões, depois teve umas paragens e desde há algumas semanas, volta com mais potencial até porque o próprio autor do blog é o potencial em pessoa.

Ladies and gents... o Mestre do Pito junta-se ao blogroll do Blodasse.

Disclaimer: A gerência do Blodasse, por muito que aprecie o blog supracitado não se responsabiliza pelos danos que o seu cérebro possa sofrer nem pelas alterações (para melhor diga-se) que possam eventualmente ser originadas pela leitura do referido blog.

P.S.: O Mestre do Pito enviou-me uma mensagem a dizer que há pelo menos um erro ortográfico neste texto que entretanto corrigi... mas façam-me um favor... leiam o blog dele e depois venham aqui comentar onde estão os erros ortográficos, combinado? ;)

22 abril 2008

Balloon Bliss Reviews

Não fizemos grande trabalho de divulgação do Balloon Bliss. O próprio pressuposto do desenvolvimento do jogo não supunha grandes tarefas comerciais ou de marketing, ter o jogo na Big Fish Games era a concretização do objectivo traçado.

É portanto interessante que, vindo do nada tenha encontrado num fórum de desenvolvimento de jogos o anúncio de uma review ao Balloon Bliss. Atendendo que é o nosso primeiro jogo e conhecendo os seus pontos fracos como ninguém temi o pior.

Afinal, não havia nada para temer, muito pelo contrário.

Na iWin, outro portal onde o jogo está a ser distribuído, estão duas reviews de jogadores. Naturalmente menos preocupadas com o que se escreve e como se escreve, mas fico satisfeito por ver o fruto do nosso trabalho a ser apreciado.

Eu tenho uma visão para o próximo título da Vortix Games Studio e está a anos-luz do Balloon Bliss... mas mesmo sendo poucas reviews, fico a imaginar como serão as futuras e se a evolução drástica que antevejo é positiva. É que... o Balloon Bliss é tão simples, tão "o contrário do que os portais querem" que fico na dúvida se os portais não se estarão a divorciar do público.

O tempo, os editores e os jogadores o dirão, mas pela parte que me toca, sinto-me lisonjeado pela pouca mas positiva atenção.

21 abril 2008

Videos educativos

Venho aqui mostrar a minha indignação pela maneira como sou tratado na minha vertente de futuro pai! É um escândalo!

A senhora minha esposa recebeu no Centro de Saúde um DVD com conselhos para futuros pais. Foram quase 18 minutos de uma coisa do género "Perguntas mais frequentes" e NENHUMA das minhas perguntas mais frequentes lá estava.

Falava de leite e de cortar as unhas, de cólicas, do cordão umbilical, sempre com um bebé sorridente e bem disposto e uma suposta mãe, sem qualquer ar de quem tem andado a dormir mal, mas aquilo que interessa, as perguntas que se impõem, nada...

Ninguém abordou a questão de pedir o carro emprestado quando tirar a carta! Isto sim é uma pergunta a sério! Essa cena de cortar as unhas... CORTE-AS SOZINHA QUE EU TAMBÉM CORTO!

18 abril 2008

Os míudos

Capítulo I

Tenho uma afilhada chamada Ângela. Tem, como todos os miúdos, um conjunto de traços únicos sendo que aquele que noto com mais carinho é a forma despreocupada com que me chama "madrinho" em vez de "padrinho".

Ora ontem a Sónia esteve a falar com a Ângela e a páginas tantas esta perguntou pelo "madrinho". Está lá em cima, a trabalhar, respondeu-lhe a Sónia. Assumiu (e bem) a criança que se o "madrinho" estava lá em cima, então a madrinha estava em casa e indagou "Tu não estás a trabalhar?" Respondeu a Sónia que "não, porque a bébé está muito grande" e que por isso tinha de descansar.

"Coitadinho do madrinho" respondeu a Ângela. "Tu não trabalhas por isso tem de ser ele a trabalhar tudo."

Capítulo II

Enquanto não nasce a minha bébé pelada há muito tempo para o bébé peludo, leia-se, o Giga. Ora ontem, no meio passeio nocturno para a cagadela do canídeo, fazia um vento daqueles a sério. O Giga assumiu uma posição aerodinâmica, puxando as orelhas para trás e foi andando até ao spot que ele escolheu para aliviar a sua pequena tripita.

Vai daí assumiu a posição que se conhece. Caso não saibam ou não estejam a ver, os cães dobram a espinha empurrando os quadris para a frente, juntando as patas de trás às da frente, diminuindo consideravelmente a capacidade de equilíbrio.

Quis o destino que uma rabanada de vento, daquelas à homem, apanhasse o bicho por trás. E que divertido que foi vê-lo a tentar decidir "caio? ou acabo o serviço?" e enquanto olhava para mim em desespero de causa, baldar-se para a frente.

16 abril 2008

Recortar pelo picotado...

Começo a achar que as tatuagens têm melhor aspecto ao vivo do que fotografadas. Já combinei com a malta da Vortix Games que é para trabalhar até dar para recortar o meu braço pelo picotado, por isso, ainda há muito jogo para fazer.

Enquanto o braço, cai e não cai, aqui fica a actual versão deste Work In Progress que são as minhas tatuagens do nosso projecto.


Ainda está a largar um cadito de pele, mas já está sarada.

14 abril 2008

Difficulty Curve

Boas,

Acabou de ficar disponível o primeiro tutorial no Spoing. Por isso, ficam desde já convidados a darem lá uma voltinha. O assunto discutido é o desenho da curva dificuldade numa óptica prática mas com um cheirinho de teoria no inicio.

Go get it!

Mas se quiserem a coisa mais bonitinha, no site que aloja o vídeo há uma versão com resolução alta. Não se esqueçam é, se quiserem comentar, de o fazer no blog please. :)

O carimbo na testa

Já passaram 3 semanas do resto da minha vida. Parece fatalista a frase mas não o é, acreditem. Eu sabia que o momento em que tudo se tornasse oficial, a rotina mudaria. Não mudou como eu estava à espera. Não é melhor nem é pior, é simplesmente diferente da minha expectativa.

Houve alguns eventos estranhos, recebi convites no LinkedIn de portugueses... é estranho se considerarmos que ainda antes da oficialização do jogo e da empresa, já tinha recebido contactos de outros pontos do mundo. Não é estranho? Do resto do mundo, mesmo sem produtos na rua, mesmo sem anúncios oficiais, recebi mails, convites do LinkedIn e até chamadas para o telemóvel e sabe Deus como arranjaram o meu número, mas em Portugal, só com o anúncio oficial... é deveras estranho.

É como se tivesse recebido um carimbo na testa "Certified Game Developer" e na verdade sou exactamente o mesmo gajo que anda há dois anos e tal a escarafunchar para que isto aconteça, não era nem mais nem menos do que sou agora.

Admiro no entanto as pessoas que me continuam a tratar exactamente da mesma forma, seja ela qual for. Não sou uma pessoa diferente, também não espero que sejam diferentes comigo. Se o forem de uma forma positiva, é triste porque acham que o carimbo é mais importante do que a pessoa que fornece a testa. Se o forem de uma forma negativa, francamente não entendo o problema, mas deve ser grave.

10 abril 2008

Os fóruns na rádio e na TV

Falei, noutras andanças de escrita internética, de fóruns. Não sobre os que se encontram na net, embora tenham uma boa dose de parecenças com os que venho falar, mas sim dos de TV e rádio. Estes caracterizam-se por terem um tópico, normalmente "escaldante", linha aberta para intervenções dos espectadores e ouvintes que esperam em fila indiana pelos seus dois minutos de opinião.

As pessoas que participam nos fóruns têm uma característica peculiar e enervante: a opinião delas é que conta e a dos outros é irrelevante, excepto se concordarem linearmente com o que dizem. Ou seja, não há um verdadeiro debate, característica aliás, tristemente em voga nos dias de hoje, mas sim um sem número de argumentos que levam a conclusão nenhuma.

Para uma pessoa inteligente, e sim, considero-me inteligente, é possível retirar o sumo dos dois lados da barricada, entender o problema e, com tempo, tecer o seu próprio julgamento. Presumo que a maior parte das pessoas que pensam assim sejam uma espécie estranha de bloco central da opinião pública, nem liberal, nem conservador, mas cada vez mais em extinção. Considero esta extinção infeliz porque é este grupo de pessoas que vê além do seu umbigo, do seu dogma e que é capaz de fazer propostas racionais para o bem geral e não próprio.

É que nada me tira da cabeça que quem defende opiniões extremadas o faz porque protege os seus interesses e defende a sua visão limitada da realidade local, nacional e mundial. Apenas e só estes interesses lhes interessam e estão tão obcecados por eles que nos fóruns são incapazes de reflectir e pensar "aquele argumento é válido, logo, como é que podemos encontrar uma solução ajustada"?

E daqui nasce, nos fóruns, nos debates parlamentares, nas discussões do quotidiano e noutros tantos casos, uma enorme incapacidade de compreensão e percepção do âmbito do outro.

Lembro-me de ser miúdo e de ver na TV uma intervenção onde o Dalai Lama dizia que passámos do "EU" medieval para o "NÓS" da era industrial e que a sociedade iria evoluir para o "TU" e o VOCÊS" da era seguinte. Temo que o Dalai Lama estivesse errado e que na verdade estejamos a consumir a nossa própria humanidade num "EU MESQUINHO" potenciado pela sociedade de informação. A facilidade com que exponho os meus pontos de vista neste blog é igual à de muitas outras pessoas, a esmagadora maioria sem capacidade de se distanciar do seu umbigo e de olhar nos olhos de quem a interpela.

É triste, mas somos cada vez mais egoístas.

09 abril 2008

O protesto canino!

Caros leitores do Blodasse

Tenho vindo a reparar que o tamanho da barriga da minha dona é inversamente proporcional à presença de novidades da minha pessoa neste blog. Isto é um verdadeiro ultraje, um atentado às bases que cimentaram este blog.

Tenho notado também que grande parte do pouco destaque que me é fornecido acontece por eventos relacionados com a minha incapacidade de me comportar como um ser humano. Ora, eu também tenho coisas boas, não é só roer meias e coisas do género.

Assim sendo, faço aqui o meu protesto e, caso não exista uma alteração do comportamento editorial do estúpido do alpha, esse enorme camelo que eu tanto adoro, farei greve de bom comportamento e lutarei pelos meus direitos através de um churrilho de asneiras que incluem, mas não se esgotam em: cagadelas na sala de jantar, roer meias e eventualmente cuecas sujas, comer bagos de arroz do prato do meu dono e ladrar!

Mais informo que se a minha luta não tiver resposta adequada por parte do cretino sem pêlo que eu tanto adoro, alargarei o âmbito das minhas cagadelas à sala de estar e das peças de roupa a roer a roupões e pijamas.

Tenho dito,
Giga

08 abril 2008

Há certos dias de manhã...

...que um gajo à tarde, não devia saír à noite.

O meu PC de trabalho avariou. Na melhor das hipóteses está arranjado sexta-feira.

Tenho de ir à bruxa.

07 abril 2008

Vinde a mim oh deuses do superior intelecto académico

Sim, é verdade estou com uma neura! Estranhamente esta neura não se abateu sobre mim devido ao que vou falar, mas sim ao facto de ter dado banho ao Giga este fim de semana e graças à chuva ele tender a ficar com o mesmo fedor em dois dias... mas pronto, eu aguento.

No entanto e para não bater no cão, decidi vir aqui falar de uma sub-espécie de ser humano que me atormenta os neurónios. Os deuses do superior intelecto académico! Quem são eles? São as criaturas cuja triste existência é dedicada a tentar demonstrar que têm um conhecimento profundo e uma experiência de vida baseados em estar enfiado dentro de uma universidade que nos transcendem a nós, meros mortais.

Aqui fica uma típica conversa com uma criatura dessas, quase citada... quase... que ocorreu para aí à um ano, daí o "quase".

Deus do Superior Intelecto Académico: Então e o que fazes?
Eu: Faço jogos...
DSIA: Não, não, trabalho mesmo...
Eu: Faço jogos, saí do emprego onde estava para fazer jogos.
DSIA: Excelente! O que é que fazias antes?
Eu: Era consultor sénior numa empresa de TI.
DSIA: Alta massa! E saíste?
Eu: Saí. Aquilo dá cabo da saúde de um gajo.
DSIA: Porquê?
Eu: Muito stress, pressão e responsabilidade.
DSIA: Só isso? Não entendo como é que isso dá cabo da saúde de alguém.
Eu: Não? Pronto, ok.
DSIA: Isso foi quando?
Eu: A primeira, num projecto da Expo 98.
DSIA: A primeira? Quantas foram?
Eu: Três. Mas já agora, tu fazes o quê?
DSIA: Estou na universidade.
Eu: Ah! Ok! Então quando trabalhares a gente fala.
DSIA: Ya! LOL!

E podia continuar a dar-vos versões de conversas deste género, onde qualquer experiência de vida real que eu tivesse era sobreposta pela frase "mas numa cadeira que eu tive, o prof disse..." Meus amigos, é que nem com as cadeiras todas do D.Maria lá vão... Já tive o "prazer" de entrevistar recém-licenciados que queriam ganhar o triplo do que ganhava um experiente quadro superior porque "um prof lhe disse que um engenheiro ganhava X".

A minha questão é: quem é que lhes passa esta mania do superior intelecto académico? Quem é que isto beneficia? É que visto daqui de onde estou... ninguém sai beneficiado com isto.

05 abril 2008

O que eu me lembrei agora...

...uma das minhas frases favoritas de todos os tempos:

O vinho induca e o fado enstroi.

Perfeito!

04 abril 2008

When the going gets tough

Admito que julgava que quando saísse o Balloon Bliss iam acabar as noitadas e o excesso de trabalho. Mais do que admitir, tinha reservado a mim mesmo o direito de poder ter um horário definido, de poder reger o meu trabalho sob os principios que defendo e que promovem vários valores como a família, o descanso, a felicidade laboral and so on.

Se é verdade que concluir e publicar o Balloon Bliss nos deu uma experiência de valor incalculável, deu-nos por outro lado um conjunto de tarefas que, como tem sido costume na minha aventura pelo gamedev, não previ. Como já devem ter visto, tenho muito orgulho da minha experiência profissional, mas é tudo tão incrivelmente diferente... o negócio, os canais, a gestão... tudo o que conheço tem vindo a ser calmamente readaptado à esta realidade tão díspar da que sempre trabalhei. São os contratos para rever, as localizações para tratar, os contactos para realizar, dezenas de follow-ups, isto sem contar com o que já previa, a burocracia da contabilidades e dos bancos e das finanças etc.

Como é que se resolve isto? As opções são tristonhas, infelizmente. Ou dedico mais tempo à empresa e perco tempo para o que me dá gozo, ou dedico mais tempo ao desenvolvimento e o trabalho da empresa atrasa-se ou simplesmente acumulo trabalho e não raras vezes atrasos de planeamento e se há coisa que me BLODE! são atrasos no planeamento. As soluções fáceis passariam por contratar alguém ou para a gestão ou para o desenvolvimento, mas a verdade é que não quero largar nenhum dos dois. O desenvolvimento porque foi por ele que tomei a opção do gamedev e a gestão porque não conheço ninguém que conheça a burocracia e o negócio ao mesmo tempo.

Quer dizer... conhecer até conheço, mas têm as suas próprias empresas de gamedev, não me parece boa ideia tentar contratá-los. Isto para não falar que para contratar é preciso guita!

Sobram os meus adorados sócios que se multiplicam em ofertas de ajuda, mas a verdade é que é tão importante eles não terem de se preocupar com isto e fazerem o que fazem com a excelência como o fazem que seria contraproducente aceitar essa oferta.

Mas sou daqueles gajos que acredita que um problema se caracteriza pela existência de pelo menos uma solução, portanto tenho de juntar às minhas tarefas que a tenho de encontrar. Serviu esta blogada para organizar as minhas ideias e largar um desabafozito... já passou, volto para o próximo jogo. ;)

03 abril 2008

Já tinha saudades vossas

Andei aqui à pera com um sapo... o Sapo e o seu amigo PT, novamente insistiram que eu tenho um router avariado. Já é a 4ª vez... e pela 4ª vez provou-se que estão errados.

Anyway, I'm back...

E já agora, o outro post era mesmo uma cena de 1º de Abril.

01 abril 2008

O fim do Blodasse

Olá

Fui hoje ver a minha conta do gmail e vi uma série de emails extremamente ofensivos, vindos de pessoas que desconheço e que perturbam o meu bem-estar.

Dado que esta conta é a conta do Blodasse e por ter a certeza que as questões que me foram dirigidas apenas e só devido ao que escrevo neste blog, decidi fechar o Blodasse ad eternum.

Até breve.