10 janeiro 2008

Memórias do Natal e do Ano Novo

Não sou gajo de Natais, mas sou definitivamente um gajo de Anos Novos. Mas quis o menino nas palhas estendido que a minha mulher tivesse uma máquinazita de tirar pelingrafias no sapatinho e ela vai daí, desatou a usá-la, o que é mau, porque com o uso aquilo estraga-se!

Admito que ao longo desses dias houve uns momentos que merecem ser catalogados como memórias e os motivos são óbvios. A família cresceu e vai crescer mais, é a primeira quadra natalicia em que o Giga tem vontade própria e pela primeira vez desde que me casei que Natal e Ano Novo são em minha casa.

Por isso aqui fica o trabalho da minha mulher (ou quem ela cravou) e os meus comentários para ser ainda mais giro!

Dia 24 de Dezembro

Eu e o Giga em estágio para a noite da mariquice!

Perdi a conta a quantos sapatinhos de bébé nos ofereceram, por isso, decidi fazer uma cara de parvo, a saber, a nº2.

Já agora, esta é a nº1!

E ao contrário do que possam imaginar, esta não é a nº3. Eu explico. A minha mulher ofereceu-me uma caneca com uma estampagem da primeira ecografia que fizemos e na parte de trás está escrito "Adoro-te papá!" Até o gajo mais filho da fruta se emocionava com esta quando não está à espera. Vejam a cara da tia atrás de mim! :)

Dia 25 de Dezembro

No dia seguinte fomos almoçar com a minha familia próxima e este simpático é o João! O meu primo mais novo. É um fixola e conta as melhores anedotas porcas que eu já ouvi!

Dia 31 de Dezembro

Esta coisa linda é a minha mais novinha afilhada! Veio passar a passagem do ano com os padrinhos e bebe como uma valente! Foi vê-la a dar-lhe no leite a noite toda!

E este borracho é a mana mais velha!

E isto é o papá babado agarrado à barriga linda da mamã babada!

Lá para as duas da matina, só sobravam resistentes, tudo o resto ocupava sofás e obrigava os adultos a irem para o chão!

Dia 1 de Janeiro

Escusado será dizer que no dia 1, os resistentes estavam todos a precisar de descanso e os não resistentes, aparentemente também.

Espero que tenham gostado e BOM ANO!

09 janeiro 2008

World Domination

...preparem-se porque hoje iniciou-se o plano... Muwahahahahahahah!

07 janeiro 2008

Do Chuckie Egg ao God of War

Querem saber qual é um dos meus maiores defeitos enquanto gamer? Sou extremamente resistente à mudança! Pronto, já admiti! Se não houver qualquer coisa que me leve a considerar uma mudança como algo extraordinariamente positivo... provavelmente não estou interessado. Se esta postura já me trouxe resultados muito positivos a vários níveis, no que toca à jogatana, isso levou-me a ignorar alguns aspectos do mundo dos jogos.

Ora quando toda a gente tinha um Spectrum eu tinha um Timex. Quando toda a gente tinha Amigas, eu passei para os PCs e neste caso estava nitidamente a perder, mas por pouco tempo porque os PCs continuaram e os Amigas kaput. Ou seja, eu comecei nos Chuckie Eggs e passei directamente para os FIFAs sem passar pelas versões refinadas do Another World e do Panza Kick Boxing. Não muito tempo depois do Amiga começar a perder fãs apareceram as placas gráficas Vesa Local Bus e de repente o PC era o expoente máximo dos jogos.

Por esta altura um amigo levou a minha casa uma Playstation, a original. Lá joguei pela primeira vez Internation Superstar Soccer e Fight Night e raios me partam se eu não achava que tinha muito melhores gráficos no meu PC, com loadings de longe mais pequenos e com todo o potencial de um teclado... para quê pads?

O primeiro grande jogo: Diablo. O segundo grande jogo que bateu o primeiro: Diablo 2. Muitas franchises e IPs pelo meio, como os NBAs, os NHLs, os CMs, os NFSs, os PESs, os FIFAs até que chegou o terceiro grande jogo que bateu o segundo: World of Warcraft e malta, digam o que quiserem, é um jogão. Mas também foi o jogo que estagnou o mercado durante um par de anos em termos comerciais e vamos ver quantos mais em termos de inovação. É que com um jogo como o WoW a monopolizar muitos hardcore gamers, é natural que as editoras joguem pelo seguro.

Anyway... onde ía eu? AH! Decidi deixar de resistir à mudança, mas como é meu hábito, deixei de resistir numa atitude conservadora e comprei uma PS2... é verdade, ah e tal, next gen. Certo... next gen... mas aqui o "je" não só não está habituado a consolas como não pode andar a comprar jogos à maluca e gastar uma pipa de massa numa consola e outra pipa nos jogos, meh... para já não.

Então veio uma PS2 cá para casa e de repente entendo o que há muito tempo me dizem... é um mundo à parte e o God of War é o jogo que destronou na minha lista o WoW. É uma experiência como eu nunca vi. É um jogo enorme, poderoso, bem contado, bem desenhado, bem... tudo. E pronto... entrei no mundo das consolas... o que se segue?

05 janeiro 2008

É feio um filho bater no pai

Mas quando o pai está com a orelha encostada à barriga da mãe e são as duas primeiras biqueiradas que se sente... blodasse, é lindo!

A minha estreia foi à uns minutos e tinha de vir aqui contar-vos! :)

03 janeiro 2008

Sou melhor do que os meus clientes

Não há fome que não dê em fartura e depois de tantos dias sem postar aqui, eis que mando duas num dia e digo-vos que conforme um gajo caminha para velho, duas num dia não é mau.

Temos aqui um problemazito com o audio do engine que usamos. Esse bug manifesta-se no Windows 98. É tudo uma questão de compatibilidade de drivers, sistema operativo e libs de C++. Anyway, num devblog, alguém escreveu sobre esse bug, ser relacionado com Windows 98 e alguém respondeu o seguinte:

"I would consider this bug as a lost cause, if you are still on win98 then please don't buy my game as I will not offer support to you, that was 7-8 years ago and if you are still using it, well you should have tossed up the cash to upgrade before you bought my game."

O que esta criatura está a dizer é: eu sou melhor do que os meus clientes. As minhas escolhas tecnológicas e a minha decisão de as suportar sobrepõem-se à capacidade dos computadores dos meus clientes ou à sua incapacidade ou falta de necessidade de fazer upgrades. Como a Microsoft ou os fabricantes de hardware não suportam o sistema operativo de uma parte significativa dos meus potenciais clientes, eu, que devo ter o mesmo dinheiro que a Microsoft ou que os grandes fabricantes de hardware, também não preciso deles.

Talvez seja simples para o jovem dizer isto... é um webdeveloper a tempo inteiro, modelador e artista gráfico para jogos como hobby. Não precisa de jogos para viver, não é ele que oferece suporte técnico, não precisas de tomar decisões de gestão.

Investimento para...

Disseram-me à bocado que o Blodasse não se escreve sózinho... é triste mas verdade, por isso cá estou eu outra vez! Para chatear, com mais uma blogada completamente pessoal ligada ao trabalhar em casa, mais particularmente, ligada à vertente empreendedora da produção de videojogos.

Uma relação de negócio entre alguém que pretende iniciar uma actividade e alguém que tem dinheiro define-se da seguinte forma: o empreendedor é quem pretende iniciar uma actividade, o investidor é quem tem dinheiro que financie essa actividade. Simples não é? Not quite. O espectro de pseudo-empreendedores é incrivel. Não é preciso procurar muito para encontrar ou chegar a contacto com alguém que conheça investimentos onde o empreendedor não tem absolutamente nenhuma responsabilidade pelo investimento, ou seja, onde o empreendedor usou o investimento para comprar uns equipamentos, um softwarezito e não teve o cuidado de se preocupar com o negócio do investidor, com o lucro do investidor. Esta postura é literalmente matar a galinha dos ovos de ouro e afastar investimento futuro.

A questão que qualquer investidor inteligente colocará é: o empreendedor quer o dinheiro para quê? Agora ponham-se nos sapatos do empreendedor (se é que não o são ou querem ser) e digam a primeira coisa que vos veio à cabeça relativamente ao que se destina esse dinheiro... Repitam comigo "o investimento é para..." e completem a frase.

Quem disse "salários" ponha a mão no ar e repita comigo "eu preciso de alguém com dinheiro porque sou subsidio/investimento-dependente" e vão ver que assumir é o primeiro passo para a cura!

Eu não defendo que o investimento seja para salários porque a única coisa que isso cria é uma depêndencia de salários altos, demasiado altos, porque não há interesse por parte do empreendedor no ROI aka retorno do investimento. Nestes casos, leia-se na esmagadora maioria dos casos, o empreendedor relega para segundo plano tudo o que seja exterior à sua actividade, como a sua propriedade, o seu próprio investimento, porque tem as nalgas cobertas a ouro e se der merda, o problema é de outro.

Até defendo que se não houver a capacidade de criar riqueza que cubra esses salários, então, o empreendedor não é de facto um empreendedor, mas sim um trabalhador mais ou menos por conta de outrém. Infelizmente, as opiniões que recolho em relação a quem se queixa que não há dinheiro para o investimento, por exemplo, no desenvolvimento de videojogos, vêm tipicamente de quem nem é capaz de criar uma treta de um protótipo que cative investimento e esse sim, é natural que seja não só mas também para salários. Por outro lado, por incapacidade minha, não vejo que o investimento seja particularmente brilhante na medida em que patrocina a dependencia através de salários altos e da total descolagem à realidade de mercados.

Isto alastra-se a toda a sociedade portuguesa. Entende-se por investimento a capacidade de alguém pagar salários a quem quer ter um salário mais alto, não quer aturar patrões e não tem qualquer preocupação pelo negócio, seja ele qual for. Isto, não são empreendedores, são delapidadores de investimento...

Querem ter o vosso negócio? Querem empreender? Querem criar riqueza? Entendam o vosso mercado, os vossos riscos, criem um plano, um produto, algo palpavel e potencialmente consumivel, entendam que o negócio dos investidores é ter retorno do seu investimento e atirem-se de cabeça e sem olhar para trás. Não estejam à espera de mama, a menos que seja essa a vossa intenção.