17 julho 2008

Digno de um filme

Nem sei bem que horas eram, também não é relevante para a história. Sei que estava num dos sofás da sala, nos quais se enquadra uma mesa de café, daquelas baixas todas modernaças. Por cima da mesa, uma toalha amarela e azul que embora destoando da restante definição cromática da sala permite que se coloque lá um objecto que recentemente entrou no meu quotidiano: uma espreguiçadeira, aparato onde se depositam bebés para que estes desfrutem do mundo sentados mas aconchegados.

E aconchegado estava eu no sofá quando noto que a minha filha começa a desenhar no seu pequeno rosto um esgar de desconforto... quiçá fome, que neste contexto é tão irrelevante quanto as horas. Antes que pudesse tomar conhecimento do que se passava, já ela chorava desconsolada. O aconchego da cena tornou-se o tumulto relativamente comum dos à pouco nascidos e queixava-se a pequena, como sabia, de goela aberta para que mãe e pai a acudissem.

A velocidade de precipitação dos pais sobre a espreguiçadeira foi rápida mas a solução da crise não estava ainda identificada quando aparece o cão, de brinquedo na boca. Não um brinquedo, mas O brinquedo. Aquele já nojento pedaço de borracha roxa tantas vezes usado, mordido, gasto. Foi um dos primeiros e ainda hoje, reduzido a parte do seu tamanho original, é dos favoritos do cão.

E se as horas ou o motivo da crise de choro não são relevantes, porque é que é o brinquedo do cão? Porque o cão perante o choro da menina, foi buscar o seu brinquedo favorito e com toda a ternura, depositou-o na espreguiçadeira e de seguida aproximou-se de mim e saltou-me para o colo à espera da festa merecida.

Foram 30 segundos dignos de um filme, daquelas cenas que passam em câmara lenta e que fazem os menos insensíveis chorar aquela lágrima que se esconde mesmo ao cair dos créditos. Foi um momento absolutamente delicioso sem repetição ou reposição possível numa qualquer matiné da tarde televisiva.

14 julho 2008

Foi assim que me senti estas duas ultimas noites


Pois, andei à pera com uns bugs, mas agora já está! Vem aí uma aventura nova da Vortix Games e acreditem que vai ser muito diferente do que esperariam de nós.

Stay tunned!

10 julho 2008

Um tal de Diogo e um tal de Marco

Os motivos que me têm levado a não escrever são óbvios e conhecidos. Não tem sido por falta de temas que tenho falhado os meus apontamentos quasi-diários no Blodasse. Eventos, histórias (ou estórias ou lá o que é) e outros motivos não têm faltado, resume-se tudo a tempo, que é notoriamente curto.

É por isso que hoje me vou alargar a valer aqui no Blodasse. Não vou falar da Daniela ou do Giga, não vou largar um rant fedorento, vou sim falar de dois gajos sem os quais não consigo imaginar o meu dia-a-dia.

São obviamente o Diogo (aka Kosmic) e o Marco (aka Kazuya), afortunados sócios da VGS, Lda.

O que tenho para falar deles cobria de certeza um pequeno livro, mas o que é verdadeiramente relevante, hoje, dia 10 de Julho de 2008 é que já não há sombra para dúvidas da extraordinária viagem que estes dois fizeram comigo, em sentido inverso daquela que eu fiz com eles.

É que se um é um artista genial e outro é um programador genial, nenhum deles, quando os conheci tinham o entendimento do que era uma sociedade, um bem comum, de auto-regulação. Regiam-se pelo que lhes foi passado por quem os rodeia, profissional e pessoalmente, afinal, como todos nós e por isso faltava-lhes um conhecimento menos empírico e popular do que o que vinga entre freelancers e em PMEs. Pecavam ambos, em alturas e de formas diferentes, de todas as queixas que eu aponto ao negócio do desenvolvimento de jogos.

Eu por outro lado, não percebia nada de jogos. Sabia o que queria mas não sabia concretizar. Pode-se dizer com toda a naturalidade que eu estava no outro extremo. Era completamente inapto a concretizar fosse o que fosse relacionado com este mundo.

Por um motivo que será conhecido daqui a uns dias, dei comigo a aperceber-me que eu sou finalmente capaz sob o ponto de vista técnico. Solidamente capaz diria. Tal não teria sido possível sem o Diogo e o Marco. O Diogo porque me transmitiu conhecimentos técnicos sólidos, algo que não costumo desaproveitar. O Marco porque foi sempre uma espécie de ombro amigo onde podia chorar as minhas dúvidas.

E no exacto momento em que me apercebo disto, reparo que ambos tomaram para si responsabilidades que eu não confiaria à um ano, responsabilidades essas que assumem e pelas quais individualmente se responsabilizam. Como numa empresa bem organizada de dimensão, há delegação, responsabilidade e report. Noto que trabalham para o bem maior, não para o bem individual.

Pela primeira vez sinto que a Vortix Games Studio é uma empresa que vale muito mais do que a soma das suas partes. Estamos num mercado muito difícil mas sinto que temos uma produtividade muito acima da média e isto deve-se principalmente a dois factores: sermos três forças motrizes em termos de desenvolvimento e sermos três forças motrizes em termos responsabilidade e isto aconteceu ao longo de um trajecto do qual me orgulho, aconteça o que acontecer.

Espero que o orgulho que sinto pelo engrandecimento profissional do Diogo e do Marco seja tanto quanto o orgulho que sentem pelo meu engrandecimento técnico. Se por um lado me sinto motivado e convicto de que consigo ombrear com os melhores, é óbvio para mim que se qualquer um deles entrasse hoje numa empresa de dimensões consideráveis seria uma entrada forte, capaz, sólida de profissionais de excelência por aquilo que sabem, mas principalmente por aquilo que são. Foi difícil chegar aqui, será muito difícil continuar, mas sinto-nos cada vez mais fortes, mais performantes e mais orgulhosos.

Não teria sido possível sem uma série de pessoas, mas de um mundo de gente, destacam-se um tal de Diogo e um tal de Marco. Dificilmente encontraria sócios assim, quanto mais amigos.

04 julho 2008

Guitarradas

Gosto à brava de pegar numa guitarra, ir à net ou pegar num livro ranhoso que aqui tenho cheio de músicas antigas e tocar uma cenas. A minha última descoberta foi um dedilhado que fiz para recriar o primeiro andamento da Carmina Burana, mas em E menor.

E não vamos falar da banda de black metal onde fui baixista, ok?

E esta conversa toda para quê? Porque o mais dificil para quem dá umas guitarradas é encontrar boas comunidades de malta que dá umas guitarradas e isso encontra-se em Guitarradas, um portal dos amantes das seis ou sete cordas recente mas julgando por quem lá anda, com potencial.

Convido-vos a darem lá um saltinho e pimbas. Combinado?! Have fun!