12 dezembro 2008

Nostalgia


Vou-vos contar uma coisa... hoje (aliás no ultimo ano para aí) deu-me para uma de nostalgia. Não nostalgia parolita do género "quando eu era novo é que era bom" e tal. A minha nostalgia tem um ponto dominador: a música. Já por uma vez tive aqui um desabafo sobre a minha confessa amante. Foi uma forma de pôr um ponto final num impulso... mas ela voltou. Voltou porque nessa altura eu comecei a re-editar uma certa música e não correu muito bem e fui buscá-la porque o Alex, meu melhor amigo e companheiro destas guerras me mandou umas fotos... com uns anos. :)

Puxem por isso uma cadeira ou uma almofada, pequenitos e sentem-se à volta da lareira que o Tio Vlad vai-vos contar uma história.

Uma vez fui convidado para ir tocar com uma banda que se estava a formar e que tinha combinado uma jam para a malta se conhecer. A jam acabou por ser uma sessão de uns a mostrarem "truques" a outros e dei por mim a "dar uns toques" com o baterista. Daí nasceu uma banda cuja primeira música deu nome à própria banda: John Doe. Mais tarde formei a banda que me definiu enquanto compositor, instrumentista e performer: os Outofsound que tiveram como sua primeira música o John Doe, importado como tantas outras dos originais John Doe.

Foi a banda com que mais toquei ao vivo, foi a banda como que mais produzi. Foi a banda que, admito, girou à minha volta e foi a única em que foi percéptivel o meu amadurecimento a vários niveis.

Há alguns meses, revisitei os Outofsound. O objectivo era tirar o que me irritava: a voz e adicionar aquilo que considero ser o esplendor máximo deste projecto: a sua capacidade de não estar restrito às definições do género... complicado não é? Eu explico... eu acredito que música é um conjunto de silêncios rodeados de som, acredito que não precisa de passar nenhuma mensagem, acredito que não há nada extremo nem impossível. Amante de metal como sou, isto queria dizer que eu me obriguei a aprender a produzir algo com que me identificasse - metal - sem ter de caír na discussão dos circuitos underground, do que é trve ou vendido ou seja lá o que for.

Por isso, aqui fica o meu sincero obrigado aos que partilharam comigo este caminho, desde os John Doe originais até à última formação dos Outofsound: André, Ivo, Gonçalo, Alex, Cristiano e Sónia e para estes em especial e para vocês, claro, a última encarnação da minha primeira música.

1 comentário:

primolini disse...

Mano, quando li o post, vieram umas lagrimitas ao canto do olho, prontamente refundidas na manga do pijama, pq gajo q é gajo não chora, (plo menos á frente dos putos).

Mas foi mesmo muito bom ouvir o q fizeste com o nosso som, deu para recordar aquelas noites no teu "quarto" a criar outras coisas como paranoia, private hell, e mais algumas que a memória já me atraiçoa.

Recordo tambem aquelas intermináveis sessões a tentar ensinar o BCEV tocar baixo, realmente o unico proveito foi ter aprendido mais eu, que só tinha jeito para bater com as baquetes naquela cena, do que ele.

Recordo ainda, se calhar a recordação mais pesada, o dia em que nos sentámos naquela esplanada, eu, tu, o cris, o fanas e o ivo (a melhor formação com alguma vez toquei), a decidirmos aquilo que foi para mim a morte agonizante do meu/nosso projecto.

Sempre achei engraçado que nos tivessemos afastado tantas vezes nos caminhos e nas formas de fazer musica, mas no que me toca a mim, comecei e acabei contigo ao meu lado, e quando não estavas lá sempre faltou qualquer coisa por muito que me custasse a admitir na altura.

Um grande abraço deste teu Amigo.