16 outubro 2007

Criar, ter, manter e colaborar numa equipa

Apercebi-me de um problema de fundo nesta história de ter uma equipa para desenvolvimento de jogos. Estou, talvez inutilmente, a tentar para de comparar newbies com wannabes com profissionais. Mas para nos entendermos, o que na minha óptica os separa é a atitude.

Excepto num ponto: a história(*) das equipas... Raios me partam se não vimos dezenas de vezes os angariadores de equipas. Desde os mais educados e que até trabalham aos taralhoucos alucinados. Estava para aqui a trocar umas impressões com um colega nosso (da categoria dos profissionais porque também aturo muitos dos outros) e ele referiu o medo de criar uma equipa. Pareceu-me do que me disse que esse medo estava directamente ligado com aquilo que se pressupõe ser gerir uma equipa em gamedev: gerir pessoas, gerir contactos comerciais, gerir a produção, gerir o design.

Admiro a humildade com que abordou o assunto. Ao contrário dos ditos taralhoucos, este jovem entendia o que era uma equipa até porque faz parte de uma e bem produtiva e sobre ele não tenho nem eu nem ninguém que eu conheça nada a dizer sobre as qualidades profissionais.. Mas como ele e tantas outras pessoas no gamedev, parece-me que o pecado capital é partir do principio que alguém que gere uma equipa assume um papel de liderança "porque sim", como se a gestão dessa equipa desse uma supermacia óbvia sobre os elementos da equipa.

Algures no fim da conversa eu escrevi:

"Eu sou suspeito, mas para mim não há a minha equipa. Há a nossa equipa, mesmo que seja eu a geri-la. Gerir a equipa é só... uma tarefa."

Até esta conversa nunca tinha pensado muito nisto, mas esta constatação tida numa conversa informal fez-me compreender que este espírito não existe em muitos sitios, mas particularmente no gamedev. Liderar advém de uma série de factores e não pode ser confundido com gerir. Não faço puto ideia nem me preocupo se tenho características de liderança. Gerir esta ou outra equipa é uma tarefa, só isso. Faço parte dela, não sou o chefe, ou o líder como se de escuteiros se tratasse. Posso não ser humilde em muitas coisas, mas nesta sou bastante e é esta humildade ou pelo menos esta noção de humildade para os que suam a camisola connosco que não me parece ser, pelo menos na generalidade, conhecida e/ou compreendida.

(*) e não me lixem com a treta de agora se escrever estória! Só não levei reguadas quando aprendi a escrever história porque aprendo depressa.

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