Eu e a minha mulher iniciámos na sexta-feira passada o nosso processo de adopção. Respondemos a um questionário escrito e falámos com uma advogada da Segurança Social. A boa noticia é que fazemos parte de um conjunto de pessoas que consideram, conta a norma idiótico-normaloide da sociedade que ter um filho não é pari-lo. A má noticia é que estamos perante um sistema que demora anos a rodar a roldana.
É absolutamente essencial a discussão dos temas que, embora sejam tabus sociais, afligem uma percentagem significativa da população. Estes temas têm como pontos comuns a falta de mecanismos sociais e legais e o factor tabu.
Acabei de ler que há 16.000 crianças institucionalizadas em Portugal e que dessas, nem 1.000 têm estatuto de adoptáveis porque os pais biológicos, os mesmos que as abandonaram nas instituições, não permitem, por manipulação directa dos direitos que lhes assistem, que esse estatuto seja adquirido.
Então e os direitos dessas mesmas crianças? Não são mais importantes? Numa sociedade como a portuguesa, o mais importante parece ser o laço de sangue, não o de afecto. Esse laço de sangue tem prioridade sobre a felicidade da criança, sobre os seus direitos enquanto ser vivo que tem o direito a ser feliz, não um número numa instituição à espera, para sempre e até perder a esperança, de que um dia o pai e a mãe que ainda não conhece a abrace.
Triste, mas verdade.
É absolutamente essencial a discussão dos temas que, embora sejam tabus sociais, afligem uma percentagem significativa da população. Estes temas têm como pontos comuns a falta de mecanismos sociais e legais e o factor tabu.
Acabei de ler que há 16.000 crianças institucionalizadas em Portugal e que dessas, nem 1.000 têm estatuto de adoptáveis porque os pais biológicos, os mesmos que as abandonaram nas instituições, não permitem, por manipulação directa dos direitos que lhes assistem, que esse estatuto seja adquirido.
Então e os direitos dessas mesmas crianças? Não são mais importantes? Numa sociedade como a portuguesa, o mais importante parece ser o laço de sangue, não o de afecto. Esse laço de sangue tem prioridade sobre a felicidade da criança, sobre os seus direitos enquanto ser vivo que tem o direito a ser feliz, não um número numa instituição à espera, para sempre e até perder a esperança, de que um dia o pai e a mãe que ainda não conhece a abrace.
Triste, mas verdade.
7 comentários:
Ao menos têm mais tempo para pensar em quando lhe dizer que é adoptada.:S(sory)
Agora fora de brincadeiras, o que está na moda é abortar e desde que possamos abortar a vida continua/não começa:S.
Essa de as crianças serem inadoptaveis desconhecia e acho ridiculo.
Já agora uma coisa que vi num filme :"A tua verdadeira familia são aqueles que se preocupam contigo". Achei que devia partilhar...
Então deixam-nos para adopção e não deixam que eles sejam adoptados? Isso faz algum sentido? Quase parece que se fartam do filho e fazem umas "férias" dele até que lhes apeteça ir lá buscá-lo outra vez.
Temos de iniciar uma campanha orientada aos Game Developers e às grandes empresas:
"Adopt a portuguese gamedever today!"
=)
Agora a sério, desejo-vos muita sorte com isso. Boa Iniciativa.
Nah... não os deixam para adopção, simplesmente deixam-nos em instituições.
Hmm...mesmo assim parece-me um descargo de responsabilidades por parte dos pais.
E não é nem mais nem menos do que isso mesmo.
"Nós não os podemos ou queremos criar, mas não hão-de ir para casa de uma família que não seja a de sangue."
Eh pah, parabéns pela vossa decisão!
Eu penso exactamente como vocês e, no máximo em 2 anitos, estarei a percorrer esse mesmo caminho :)
Genes para quê? o amor é que move o mundo!
Um abraço,
Nuno aka eluzyon
força ai pai -gimme luv!
hehe parabens pela decisao
Enviar um comentário