19 julho 2007

Posso desabafar?

Desde há muito tempo para cá que deixei de expor partículas da minha vida pessoal na Internet. Nem sei porquê deixei de o fazer (e fazia muito e de muitas formas) de repente... deixei-me disso. Se acham que o Blodasse é pessoal mas transmissível, acreditem, e para quem me conhece pessoalmente não deve ser difícil imaginar, que é uma pequena amostra de quão público eu conseguía ser.

Terá sido porquê? Há muitos anos atrás eu era extrovertido em todos os meios onde me movimentava. Consigo identificar todos os momentos em que me fechei mais e mais na minha própria personalidade, contrariando aquilo que eu, essencialmente, sou. Isso retirou-me a irreverência e a natural extroversão.

Acreditem que esse facto me trouxe dissabores, porque não há nada pior do que alterarmos a nossa forma de ser, de estar e de viver porque o tempo passa e a realidade é, só aparentemente, diferente.

Eu sei que tu que lês isto e que me conheces através deste blog ou de alguma comunidade online que eu frequente não fazes a minima ideia o que quer isto dizer, ou onde quero eu chegar com este bla-bla-bla todo. Só quem me conhece à alguns anos é que entende do que estou a falar e por isso, desde já te apresento as minhas sinceras desculpas, mas não vou explicar num blog os motivos que me levam a escrever isto.

Só que são 22:51 da noite e eu, pela primeira vez em alguns meses sinto-me profundamente cansado e com o cansaço, em mim, vem alguma dificuldade em entender que está tudo bem e que finalmente tenho, outra vez, nas minhas mãos, toda a capacidade de ser feliz, realizado e voltar a ser extrovertido e público. Aliás, não tenho feito outra coisa.

Depois olho à volta e vejo nos exemplos de outros que talvez... só talvez... isto possa gerar algum tipo de mal-entendido. Quererei eu atenção? Importar-me-ei com as opiniões dos outros que possam, eventualmente, confundir o meu perfil extrovertido com algum tipo de necessidade dessa atenção? E a resposta é não! Não quero atenção e não me importo com a opinião de ninguém, excepto alguns, poucos, cuja opinião me interessa.

Sentir que recuperei a minha forma original de estar é algo muito complicado porque essa acentava como uma luva nos meus 20 e poucos anos. Agora tenho 30 e poucos. Soa a estranho, a infantil às vezes. Mas é com essa estranha forma de vida que eu me identifico e quem não gostar come só as batatinhas.

Era assim à 10 anos, mais coisa, menos coisa. E é assim outra vez.

2 comentários:

Tiago Sousa disse...

Por estranho que te pareça até te posso compreender. Apesar de só ter tado contigo pessoalmente uma vez nota-se perfeitamente o teu perfil extrovertido, tal como o meu, e se calhar é por isso que até me identifico um pouco contigo. Quanto a teres de te controlar...é pá também o tenho de fazer porque às vezes sou mal encarado, lembro-me uma vez de um manager me ter dito -"Não podes mostrar essa atitude perante o cliente, tamos em período de stress". Por causa de bocas destas ou de olhares descriminadores o meu eu cada vez se divide mais em duas personalidades: aquela formalissíma que não deixa transparecer qualquer tipo de sentimento bom ou mau, e aquela que tenho quando tou entre amigos um gajo que é capaz de andar às caralhadas e às piadas uma tarde inteira sem qualquer pudor daquilo que diz.

Vlad disse...

Obrigado pelo teu comentário Tiago. Eu nem nunca senti isso no que tocava ao tratamento de clientes, acho que tinha um contacto fantástico com a maior parte dos clientes com quem trabalhava e também acho que sempre tive muita sorte com as chefias que sempre defenderam mais a individualidade da sua mão de obra do que os clientes.

Já agora, ainda hei-de ir ver que rotunda é a que tu falas em Almada. É que aqui deve ter havido orçamento para rotundas, mas não me recordo de nenhuma particularmente má.