Uma certa confusão

Oito da matina. Olho lá para fora, sol do caraças, decido-me por uns calções. Visto uma t-shirt qualquer sem grandes preocupações estéticas... é uma t-shirt preta e justa... nada mais nada menos do que isso. Calço uns chanatos, despeço-me da minha mulher e ponho a trela ao cão. Está na hora de ir para a rua cumprir a pequena rotina "Xixi do cão, café do dono".

Não há nada de particularmente diferente de outro dia qualquer. O Giga manda umas mijas numas plantas, quer por força ir para onde eu não quero, etc, etc, etc. É comum nestas voltinhas matinais deparar-me com pessoas que simpatizam automaticamente com o Giga. Sorriem para o cão, depois sorriem para mim, trocam uma frase qualquer, normalmente com o cão. Eu aceno adeus e seguimos caminho.

Hoje no entanto algo diferente aconteceu. O Giga parou para tratar dos seus assuntos de marcação de território e eu reparei que do outro lado da estrada estava um tipinho, baixo e enfezado que sorria. Não reparei se seguiu o ritual de sorrir para o cão, o que eu duvido, na medida em que não se sorri para um cão que está a aliviar a bexiga. Reparei sim que sorriu para mim e prosseguiu olhando sequencialmente dos meus pés aos meus olhos.

Houve ali de certeza uma confusão, certamente alimentada pelo facto de eu estar de calções, com uma t-shirt justa e a passear um cão que, pelas proporções, é claramente enfeminado.

Blodasse... não sou homófobico, mas raios me partam se não fui com comichões até ao café.